SERVOS ADORADORES OU DESERTORES

O cristianismo nunca foi individualista, o apóstolo Paulo usou vários termos militares para se referir ao cristão e a igreja. Bastaria algumas citações que nos comprovam esta verdade. O servo de Cristo várias vezes é comparado a um soldado e que seu objetivo é agradar aquele que o convocou, alistou, arregimentou (Ef 6.10-17; 2Tm 2.4), somos claramente chamados à militar contra a carne, combater e lutando juntos batalhar pela fé. (Gl 5.17; Fl 1.27-30; Jd 1.3).

O que esperar dos soldados que desertam? Esse termo conhecido da linguagem militar significa abandonar o lugar que se frequentava por compromisso ou afinidade, afastar-se sem permissão ou causa justificada, de onde estava ligado por dever, ofício ou natureza. Desertar, portanto, constitui desistir, fugir, renunciar o serviço, o corpo ao qual pertence ou o posto em que deveria estar, desamparar uma causa e seus ideais. Desertor é uma palavra equivalente a traidor. (Dicionário Online)

"Na terminologia militar, deserção é o abandono do serviço ou posto por um militar sem permissão de um superior e é feito com o intuito de não regressar à sua posição ou função. Aquele que abandona um partido, uma causa, uma religião ou suas próprias convicções: o governo exilava desertores. Que deserta, que abandona algo do qual faz parte... O Militar que deserta, que deixa a tropa ou foge ao serviço militar. Conforme listado no “Código Penal Militar Brasileiro, Decreto-lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969, em seu artigo 187: Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em que deve permanecer, por mais de oito dias: Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada. Existem, ainda, situações equivalentes, listadas no artigo 188." (wikipedia.org)

Se alguém deserta de um exército, além de entrar numa condição vulnerável de perigo perante os inimigos, é considerado desleal, que traiu e abandonou covardemente seus companheiros de luta (2Tm 4.9-18). Os cristãos são chamados a estar juntos como ovelhas, um rebanho em um aprisco, assim estarão fora do alcance dos lobos, alcatéias e outros predadores, como o leão que ruge ao derredor (Jo 10.1-18; 1Pe 5.8). Na união são edificados, edificando uns aos outros, por isso a igreja também é chamada de edifício, como pedras que vivem (Ef 2.19-22; Cl 2.6-7; 1Pe 2.4-5). E comparada ao corpo com muitos membros bem ajustados, como um só homem, corpo de Cristo sob a liderança d’Ele que é sua cabeça. (Rm 12.4-5; 1Co 12.12-27; Ef 3.6; 4.15-16, 25; 5.29-30; Ne 8.1)

A igreja ainda é chamada de vinha, os cristãos de ramos de Cristo que é a videira verdadeira. É compara ainda a lavoura, seara, campo. Várias foram as comparações que o Senhor Jesus fez, basta observarmos suas parábolas; Semeador, sementes, grãos, hortaliças, trigo, joio, árvores, solos, campo, arado. O que dizer daqueles que tendo “posto a mão no arado”, olham para trás abandonam a obra e viram as costas para o chamado de Deus, e como “vinhas bravas” que não deram frutos e voltaram para trás. Deus é o patrão, o dono da Casa, o Senhor da Seara, e os cristãos são chamados de lavradores, ceifeiros, trabalhadores da vinha, seus domésticos. (Ef 6.9)

Jesus certa vez comparou os que abandonam a obra a um homem que se prepara para guerra, mas, desiste. E ao que iniciou a construção de uma torre, que servia de abrigo e celeiro, mas que a deixou incompleta, trazendo vergonha, insegurança e desonra (Lc 14.25-33).

Se você tem um patrão ou senhor, o que acontece se você sempre falta seu serviço? Vira as costas para seu posto, negligenciando o seu dever, a tarefa e ocupação que lhe foi confiada? E o que dizer diante das sérias advertências das Escrituras, “Maldito o que serve ao Senhor desleixadamente.", despreza ou abandona (Jr 48.10; Êx 31; Is 58; Ml 1.6-14). Não existe cristão não praticante, seria uma fraude, semelhante a um trabalhador fantasma, laranja. Assim, não existe cristão sem adoração, pessoal, familiar e pública. Culto é serviço ao SENHOR, não existe cristianismo sem culto.

Os cristãos ainda são comparados aos atletas, lutadores e corredores que empenham em suas atividades e não desistem, mas, esquecendo das coisas que para trás ficam, prosseguem firmes para o alvo (2Tm 2.5; 1Co 9.24-27; Fp 3.13-14; Hb 12.1-3). O cristão é constante e exaustivamente chamado à perseverança e dedicação ao trabalho do Senhor, sabendo ele não é vão. Devemos usar o que Deus colocou em nossas mãos, para realizar a obra que ele nos confiou. Avante sempre servos de Deus, fugir jamais, desistir não é uma opção.

Recordamos os hinos que nos animam: "Não é dos fortes a vitória, nem dos que correm melhor, mas dos fiéis e sinceros que seguem junto ao Senhor!" (HNC 49), e nos alerta: "Quantos que corriam bem, de ti longe agora vão! Outros seguem, mas, também, sem fervor vivendo estão." (HNC 132).

"Venceu nosso Cordeiro, vamos segui-lo”.

Rev. Ivanildo S. dos Anjos


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